Ancoragem Rápida X Ancoragem de Pernoite
Por Marcelo Visintainer Lopes
Instrutor de Vela
Escola de Vela Oceano
Existe alguma diferença entre uma ancoragem rápida e uma ancoragem de pernoite?
Tirando a quantidade de amarra, não existe diferença!
Nas ancoragens de pernoite costumamos dar um pouco mais de amarra do que nas ancoragens rápidas, mas a escolha deste tema foi pensando na galera que não tem guincho.
Quem utiliza o guincho não está preocupado em fazer força, mas quem não usa está!
O cara pensa mil vezes antes de lançar um ferro mais pesado, não é mesmo?
Depois, tem até sorteio do “palitinho” pra saber quem é o sortudo que vai lá na proa suspender aquela encrenca pesada!! Rsrsrsrs
Como a gente sabe que o guincho pode deixar de funcionar sem dar avisos, aprender a fundear e suspender manualmente é um requisito básico.
Faz total sentido a gente manter a bordo âncoras com pesos distintos.
Analisamos o tempo de permanência, o tipo de fundo a meteorologia e depois escolhemos a âncora.
Estou sempre pronto para lançar a minha “gigante” Bruce de 5Kg.
Eu a utilizo nas ancoragens de curta duração (paradas para almoço por exemplo).
É leve e extremamente fácil de lançar e de suspender manualmente, principalmente depois de encher a barriga.
Não uso corrente e nem destorcedor. Somente cabo de 12mm com manilha de inox.
Lembrando que o veleiro é um Wind 34”.
Não se espante, pois a pequena é muito eficaz!
Como pode um ferrinho tão pequeno segurar um barco tão grande e pesado?
Já passei diversas noites com ela, mas sempre em locais com fundo confiável e sempre soltando uma quantidade de amarra maior do que o normal.
A confiança no peso e no tipo só é adquirida depois de muitas ancoragens teste.
No passado os ferros não eram polivalentes como hoje. Eram bons para alguns tipos de fundo e péssimos para outros.
Não conseguir unhar o ferro significa que você vai ter que procurar outra baia com um fundo mais amigável ou, na pior das hipóteses, seguir viagem ou aquartelar lá fora.
Na Ilha de Santa Catarina e arredores (pernoite) e em fundos mais arenosos eu utilizo a Bruce de 12kg com apenas 4m de corrente de inox.
Não utilizo 100% corrente pelo motivo de eu não usar o guincho. Trata-se de um veleiro escola e faço questão de ensinar a galera a fundear e suspender manualmente.
A verdade é que não existe razão para perder o sono se todas as provas de “unhada” foram feitas e se a previsão estiver ok para a noite toda.
Por outro lado, quando mudanças significativas são previstas para o seu período de fundeio, a preparação prévia é fundamental.
Devemos iniciar a “observação” algumas horas antes do horário previsto para a virada, já que é muito comum a instabilidade adiantar.
Não subestimar a força, a direção e o horário de entrada são itens básicos para evitar surpresas.
A força local dos ventos depende de fatores que nem mesmo os meteorologistas conseguem prever.
Relevo, inclinação e altitude das montanhas, estrangulamentos (Efeito Venturi), grandes diferenças de temperatura, pressão atmosférica, construções e até mesmo árvores mais altas podem influenciar os ventos que chegam no ponto de ancoragem.
Conhecer os padrões do fluxo de vento das principais ancoragens é imprescindível, mas mesmo assim é necessário estar preparado sair a qualquer momento.
Ter o plano de saída pronto é um procedimento básico!
Como é feito este plano?
Faça um ensaio mental da manobra de saída. Desenhe e mostre aos seus tripulantes. Explique tudo e não os deixe com dúvidas.
Situações noturnas exigem que os rumos da saída estejam claros e anotados, ainda mais em áreas com cultivo de moluscos e em locais com muitas poitas e acidentes naturais.
Aguardando a viração…
Mesmo que a previsão indique a virada do vento para às 6h da manhã, a observação deve iniciar a partir das 18h do dia anterior (12 horas antes).
Sim, 12 horas antes.
Estamos entrando no “estado de observação: ative o alarme de âncora e siga controlando qualquer mudança de direção e intensidade.
Seis horas antes já passamos para “estado de atenção”. Coloque despertador de hora em hora a partir das 00h e organize os turnos de vigia.
O motor deve ser checado e colocado em funcionamento “pelo menos uma vez” dentro das seis horas que antecedem a entrada do vento.
Ao perceber alguma falha ainda será possível sair do local velejando antes da entrada do vento forte.
O ideal seria você sair deste local muito antes da entrada da porranca, mas isto nem sempre é possível, ainda mais quando não existem outros abrigos próximos.
Sair para o mar aberto e “correr com o tempo” para longe de perigos continua sendo uma atitude sensata em alguns casos!
Ancoragem é coisa séria e deve sempre ser treinada!
Bons ventos e uma boa ancoragem!
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